Dicas para dimensionar a tubulação de ar comprimido
Sem um planejamento adequado, os sistemas de ar comprimido podem se tornar um verdadeiro “calcanhar de Aquiles” em qualquer projeto industrial.
Isso acontece porque o dimensionamento da tubulação de ar comprimido é uma etapa crítica para garantir o desempenho eficiente de todo o sistema.
Erros nesse processo podem resultar em desperdício de energia, perda de pressão, falhas nos equipamentos alimentados pela rede pneumática e aumento de custos.
Uma rede de ar comprimido corretamente dimensionada garante uma baixa perda de carga (queda de pressão) entre a geração e o consumo, resultando num suprimento de ar adequado aos usuários, além de uma significativa economia de energia.
Neste artigo, vamos conversar sobre como dimensionar corretamente a tubulação de ar comprimido.
Veremos também os principais fatores a considerar e fornecer dicas valiosas para garantir a eficiência do seu sistema de ar comprimido.
Índice
Por que o dimensionamento da tubulação de ar comprimido é importante?
Dimensionar a tubulação de ar comprimido de maneira correta é fundamental. Caso não seja feito, você terá problemas como baixa produtividade, equipamentos trabalhando abaixo da sua capacidade, e até mesmo aumentos significativos com energia.
Quando o ar comprimido percorre longas distâncias ou passa por tubos com diâmetro inadequado, há perda de pressão. Isso exige que o compressor trabalhe mais, aumentando o consumo de energia.
Além disso, a instalação de uma rede mal dimensionada pode gerar custos adicionais com manutenção e até a necessidade de refazer toda a estrutura.
Portanto, dimensionar a tubulação de ar comprimido é uma medida essencial para garantir a eficiência e a longevidade do seu sistema.
Fatores a considerar no dimensionamento da tubulação
O dimensionamento da tubulação de ar comprimido depende de vários fatores interligados. Cada um deles deve ser avaliado com cuidado para garantir que o sistema opere com a máxima eficiência. Vamos explorar os principais a seguir:
Pressão de trabalho
A pressão de trabalho é um dos fatores mais importantes no dimensionamento da tubulação. A pressão máxima do compressor é o que irá determinar a quantidade de ar disponível para suas ferramentas e equipamentos.
No entanto, você deve se atentar para a queda de pressão ao longo da tubulação.
Se a perda de carga for muito grande, o ar que chega ao ponto de consumo terá uma pressão significativamente menor, impactando diretamente o desempenho dos equipamentos.
Sempre que possível, interligue entre si as extremidades da rede de ar, a fim de facilitar a equalização das pressões. O circuito em anel fechado é um layout de rede correto e bastante comum.
Em uma rede ideal, a perda de carga deve ser mínima, não ultrapassando 0,2 bar.
Volume de ar (Vazão)
A vazão de ar comprimido é outro aspecto fundamental. Ela determina a quantidade de ar que circula no sistema, que varia de acordo com a demanda de consumo dos equipamentos conectados.
É necessário planejar a tubulação para atender às necessidades atuais e também para o futuro, considerando expansões no uso de equipamentos.
Vale a pena lembrar também que instalar tubos ligeiramente maiores do que o necessário inicialmente pode ser mais econômico do que ter que refazer toda a rede no futuro para suportar um aumento na demanda.
Comprimento da tubulação
O comprimento total da tubulação afeta diretamente a perda de pressão. Quanto mais longa a tubulação, maior será a resistência que o ar comprimido encontrará ao percorrer o sistema. Isso gera perdas por atrito, especialmente em curvas e conexões.
É importante calcular o comprimento equivalente de toda a instalação, considerando tanto os tubos retos quanto os componentes como válvulas e conexões.
Idealmente, para minimizar perdas, o sistema deve ser projetado em um circuito fechado, onde o ar possa circular em duas direções, reduzindo a carga sobre o compressor.
Material da tubulação
O material da tubulação também influencia no desempenho do sistema de ar comprimido.
Dê preferência aos resistentes à oxidação, como alumínio, aço inoxidável e cobre. O aço galvanizado deve ser evitado por conta de sua elevada rugosidade, que aumenta a queda de pressão, à propensão à corrosão nas extremidades roscadas, devido à perda da galvanização e consequente formação de material particulado (ferrugem). Por sua vez, os plásticos de engenharia (PPR) embora não sejam suscetíveis à corrosão, e muito utilizados em redes de ar comprimido de baixa responsabilidade, possuem muitas desvantagens como baixa resistência ao calor e a luz, entre outras. A tabela a seguir apresenta uma comparação entre os diversos materiais.
Como calcular o diâmetro da tubulação?
Agora que você já conhece os principais fatores a serem considerados, é hora de entender como calcular o diâmetro da tubulação de ar comprimido.
A escolha do diâmetro adequado é essencial para evitar perda de pressão e garantir que o ar comprimido flua de forma eficiente pelos tubos até o ponto de consumo.
Existem também tabelas e softwares especializados que fazem esse cálculo de maneira rápida e precisa, levando em conta fatores como temperatura, tipo de material da tubulação e a presença de curvas ou acessórios.
Considerar o fator de segurança
Ao dimensionar a tubulação, é importante também adicionar um fator de segurança, ou seja, considerar uma pequena adição nos valores considerados para cálculos.
Isso é útil principalmente quando se trata de futuras expansões ou variações na demanda de consumo de ar comprimido.
O fator de segurança também protege o sistema contra eventuais flutuações na pressão de trabalho.
Conclusão
Dimensionar a tubulação de ar comprimido pode parecer uma tarefa complicada à primeira vista, mas com as informações certas e um bom planejamento, é possível garantir que o seu sistema funcione com eficiência e sem surpresas desagradáveis.
Considerar fatores como pressão de trabalho, vazão, comprimento da tubulação e material é essencial para um dimensionamento adequado.
O uso de ferramentas apropriadas e a consideração de uma margem de segurança são práticas recomendadas para garantir que o sistema possa crescer junto com suas necessidades.
Seguindo essas orientações, você estará no caminho certo para montar uma rede de ar comprimido eficiente, que reduzirá os custos operacionais, prolongará a vida útil dos seus equipamentos e garantirá que sua produção mantenha o ritmo ideal.
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